O deputado federal Moses Rodrigues conversou com o Blog Wilson Gomes sobre a operação do Ministério Público realizada no SAAE, nesta quinta-feira, 03, no município de Sobral. Durante a entrevista, o parlamentar sobralense repudiou os desmandos denunciados.
Como o senhor vê as denúncias do SAAE feitas pelo Ministério Público?
Primeiro vem a operação Lava-Jato envolvendo Dilma, Eduardo Cunha e outros políticos da base aliada do governo, além das maiores empreiteiras do país. Agora explode um problema doméstico. Uma instituição como SAAE de Sobral envolvida em escândalos de desvio de recursos. O momento é propício para passarmos o Brasil a limpo. E falando de maneira doméstica, passarmos Sobral a limpo. Temos que ter cuidado de não deixarmos que tais problemas parem o país e, especificamente, a nossa cidade.
Como estava o clima no Congresso Nacional na última quarta-feira, quando Eduardo Cunha acatou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma?
Pesado. Estávamos em uma discussão no Plenário sobre a revisão do superávit primário, quando fomos avisados de que o presidente estava fazendo as declarações. Acompanhei de perto um réu, no caso do Eduardo Cunha, acusando outro réu, no caso a Dilma. É lamentável perceber que os interesses de alguns políticos não são os mesmos interesses da população. Estão fazendo uma espécie de escambo com o poder. Ontem mesmo, menos de 24 horas das declarações, o presidente da Casa falou em rede nacional que Dilma mentiu ao dizer que não tentou negociar com Eduardo Cunha, quando de acordo com o presidente, ela ofereceu os três votos no Conselho de Ética em troca da aprovação da CPMF no Congresso. Temos uma nova geração de deputados que precisa mudar essa forma de fazer política. Acredito nisso, por isso quando o ex-governador Cid Gomes nos chamou de achacadores eu assinei a sua convocação. Assim como, assinei a nota de pedido de afastamento do presidente Eduardo Cunha e o pedido de impeachment da presidente Dilma. Acredito que no Congresso existem parlamentares que realmente defendem o país. Não podemos ter um peso e duas medidas. Não podemos falar de ética para defender Dilma e acusar Eduardo Cunha, assim como não podemos falar em defender Eduardo Cunha acusando Dilma. A régua que mede as pedaladas fiscais, os rombos na Petrobras, tem que servir para Dilma e para Eduardo Cunha.
E qual o seu posicionamento?
No dia 10 outubro, a bancada formada pelo meu partido, o PPS, e os partidos PSDB, DEM, SOLIDARIEDADE e PSB, defendeu o afastamento do Eduardo Cunha da presidência. No dia 13 de outubro, o bloco apoiou a abertura do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior. Fomos os primeiros a defender o país, alertando por meio do pedido de afastamento. Lamentavelmente, bancadas como a do PROS e do PDT não compactuaram com nosso posicionamento, agravando a crise política instalada.
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