Becco do Cotovelo
No final do século XVIII, surgiram as primeiras casas no Largo do Rosário, construídas sem alinhamento, provocando uma visível irregularidade no traçado das primitivas ruas.
Aos poucos foram-se delineando as vias, que ligavam esse espaço urbano ao núcleo inical da povoação de Caiçara, a praça da Matriz.
Entre a Rua Velha do Rosário, hoje Cel. José Sabóia, e a Rua Nova do Rosário, hoje Cel. Ernesto Deocleciano, foi aberto um beco interligando as duas vias: o Becco do Cotovelo nascia para facilitar o acesso dos pedestres entre as movimentadas ruas.
São aproximadamente 150 anos de história, ligada à tradição popular sobralense.
Nos cem metros de extensão de peculiar traçado, reúnem-se no seu calçadão pesoas que querem não só negociar qualquer tipo de produto, mas, principalmente saber das últimas novidades da política, futebol, sociedade e discutir uma infinidade de assuntos que só a ocasião determina.
No Becco do Cotovelo encontram-se bares, restaurantes, loterias, vendedores ambulantes e uma banca onde são feitas apostas sobre os mais variados assuntos.
É considerado um dos locais mais pitorescos da Cidade, em virtude da comunicação fácil e variada dos cidadãos que para ali marcam encontro.
O Becco do Cotovelo é passagem obrigatória dos visitantes ilustres que chegam a Sobral, os quais deixam ali registradas suas presenças no Livro de Assinaturas, organizado pelos frequentadores, liderados por Expedito Vasconcelos, Presidente da Associação dos Amigos do Becco e por este eleito Prefeito do Becco.
Constam as seguintes assinaturas, dentre outras:
Presidente Fernando Henrique Cardoso
Governador Tasso Jereissati
Ex-Ministro Ciro Ferreira Gomes
Senador Mauro Benevides
Dr. Juraci Magalhães
Dr. Leonel Brizola
Escritora Rachel de Queiroz
Jornalista Lustosa da Costa
O Becco do Cotovelo, espaço lúdico e etnológico, é o ponto de maior atração no cotidiano da Cidade, por veicular a cultura oral, costume por demais característico do interior cearense.
Casa da Cultura de Sobral
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Principal espaço de artistas de Sobral e da região, dotada de uma dinâmica infra-estrutura e moderno acervo de arte e cultura, a Casa da Cultura de Sobral se sobressai dentre os demais projetos já implantados na Cidade, pelo seu papel de revitalizadora do patrimônio histórico-cultural. Nela constam uma biblioteca virtual, oficinas de arte e sala de cinema.
Nascida sobre os escombros do tradicional "solar dos Figueiredo", a Casa da Cultura de Sobral serve como símbolo do nascimento de uma nova consciência cultural sobralense, dando aos artistas um espaço digno e a oportunidade de novas pessoas ingressarem na vida artística.
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Parque Ecológico Lagoa da Fazenda
Encravada na Fazenda dos Macacos, residência do Coronel Antônio R. Magalhães e de sua mulher Quitéria Marques de Jesus, a Lagoa da Fazenda foi inicialmente cortada pela Estrada da Bethânia, construída por Dom José para dar acesso à sua casa de campo.
Por muitos anos, a Lagoa permaneceu sendo ponto de lazer dos habitantes de Sobral, que vinham se beneficiar da amena aragem do lugar e contemplar os perfumados aguapés.
Na gestão do Prefeito Jerônimo Prado, foi feita na Lagoa a canalização para escoamento dos esgotos. Com o considerável aumento de ligações clandestinas, a Lagoa sofreu um processo de poluição.
Durante o Governo Tasso Jereissati, 1987-1990, forma iniciadas obras de recuperação, saneamento e urbanização da Lagoa, transformada em Parque Ecológico inaugurado em outubro de 1993, no Governo Ciro Gomes. O Parque, que ocupa uma área de 19,2 hectares, possui: o Ginásio Poliesportivo Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, administrado pela UVA, com capacidade para 2 mil pessoas, um bosque, área de lazer com restaurantes, play-ground, pista de cooper, quadra de esporte aberta e espelho d'água natural da Lagoa da Fazenda.
O Parque Ecológico da Lagoa da Fazenda foi criado pelo Dec. Nº 21303, de 11/03/1991.
Museu Dom José de Sobral
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Dotado de incansável espírito empreendedor, Dom José Tupinambá da Frota coletou, entre os anos de 1916 e 1959, um acervo de quase 5.000 peças reunidas no Museu Diocesano, considerado o 5º do Brasil em Arte-Sacra e Decorativa, pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus).
Fundado a 29 de março de 1951 e inaugurado oficialmente a 10 de março de 1971, o Museu Diocesano, hoje denominado Museu Dom José, é um magnífico painel da história social de Sobral e municípios norte-cearenses.
Possui acervo de coleções raras de meio de transportes, como liteiras e cadeiras de arruar; porcelanas e cristais da Boêmia, Baccarat, Limoges, e louças de Companhia das Índias Ocidentais; pratarias, artesanato regional, arte indígena, peças arqueológicas que suscitam a curiosidade dos estudiosos que buscam sítios da região.
Encontramos ainda expressiva coleção de arte-sacra, notadamente imaginária, cálices, oratórios, castiçais e demais objetos de culto que confirmam, por sua variedade e quantidade, o elevado sentimento de religiosidade do povo sobralense.
Ao lado dessas peças, encontra-se a arte em madeira, mostrada em mobiliário de origem brasileira e européia nas mais belas e variadas formas.
A coleção numismática impressiona pelo número de peças: cerca de 10.000 moedas. Destacam-se também, objetos de adorno, indumentária, pinturas, esculturas e armaria.
O acervo encerra toda a evolução do Vale do Acaraú; conta-nos a história da iluminação, antes da energia elétrica, a partir de velas de carnaúba até os mais finos lustres de cristal da Boêmia.
Vale salientar que grande parte desse acervo foi doado por famílias do norte cearense, numa época de hegemonia econômica e política de Sobral. Pela originalidade e valor das peças, podemos avaliar o nível cultural de seu povo.
Sobre o Museu, assim se expressou Gustavo Barroso, em carta dirigida a Dom José Tupinambá da Frota em 23/11/1955:
"...Da minha visita ao Museu Diocesano de Sobral guardei uma impressão de surpresa e admiração.
Surpresa por encontrar tão rico acervo de relíquias do nosso passado numa cidade sertaneja do Ceará; de admiração pelo incontestável valor do mesmo e pela pertinácia e esforço em conseguir reuni-lo. Seria muito desejar que os poderes públicos do Estado ou da Federação lançassem um olhar protetor sobre essa notável obra... Viriam esses poderes simplesmente coroar a iniciativa do trabalho da Cúria sobralense, nunca por demais louvado."
O prédio onde está instalado o Museu Dom José foi construído em 1844, pelo Major João Pedro da Cunha Bandeira de Melo, 1º Juiz de Paz de Sobral.
Sobrado de grande valor arquitetônico, com 57 janelas externas, dispostas ao longo de dois pisos, conserva até hoje características do estilo "império".
Comprado por D. José, o prédio foi o Palácio Episcopal de 1933 a 1959, quando ali faleceu o primeiro Bispo da Cidade. Logo depois, passou a abrigar o Museu.
Em 1992, suspendeu suas atividades em razão da precária situação de algumas partes da edificação.
No final da década de 80, a Diocese de Sobral confiou a direção do Museu à Universidade Estadual Vale do Acaraú, no Reitorado do Cônego Francisco Sadoc de Araújo.
Por iniciativa do Reitor José Teodoro Soares, foi firmado convênio entre o Ministério da Cultura, Secretaria da Cultura e Desporto do Estado do Ceará e a Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, para recuperação do Museu em sua estrutura física, e grande parte de seu acervo foi restaurado por especialistas, dentro dos mais modernos padrões.
O Museu Dom José, em sintonia com a moderna concepção museológica, propõe mostrar os objetos, não isoladamente, mas contextualizados, no espaço e no tempo do qual são partes integrantes. Daí a necessidade de reconstruir ambientes e dar-lhes a atmosfera da época, enfim, demonstrar como era a vida cotidiana dos sobralenses.
O Museu, como templo cultural sacralizado, passa a ser substituído por outros espaços ocupados por diferentes agentes sociais, ressaltando a cultura popular, buscando em suas exposições novos objetos, novos agentes, novas formas de lazer e saber.
Organizado com propósitos educativos para completar a educação formal, o Museu D. José dá prioridade a uma política pedagógica de revitalização da cultura norte-cearense defendida pela UVA.
A visita ao Museu torna-se, pois, parte essencial da educação moderna.
Com a reabertura, em 24 de março de 1997, pelo Governador Tasso Jereissati, as instituições públicas conveniadas cumpriram a função básica de preservar e divulgar o patrimônio cultural pertencente ao povo sobralense.
Museu do Eclipse
Em comemoração aos 80 anos da comprovação da Teoria da Relatividade, Sobral inaugurou, no dia 29 de maio de 1999, o Museu do Eclipse. Totalmente climatizado, ele tem um moderno observatório, filiado à Associação Mundial de Astronomia. Entre os equipamentos de ponta, destaca-se o telescópio mais potente e avançado das regiões norte e nordeste do Brasil.
No Museu do Eclipse, estão em exposição a luneta e as fotos originais utilizadas para comprovar a Teoria de Einstein, além das fotos que registraram a presença da expedição científica em Sobral. Também pode-se conferir fotos de galáxias e planetas, o primeiro mapa lunar do Brasil e o jornal The New York Times que noticiou a comprovação da Teoria da Relatividade. Um simulador elétrico de eclipses e réplicas movimentadas do Sistema Solar traduzem, de modo virtual, as experiências das expedições astronômicas.
Construído na Praça do Patrocínio, o Museu do Eclipse está localizado no ponto de onde foi observado o eclipse de 1919. Sua arquitetura arrojada, com projeto do sobralense Antenor Coelho, tem a forma de duas meias luas. Elas ficam parcialmente no subsolo, encobertas por um gramado, não agredindo o projeto urbanístico da praça. Para compor o complexo, há ainda um monumento erguido em 1974, em homenagem ao eclipse e um outro construído em 1923, e agora recuperado, marcando os 200 anos de fundação de Sobral.
O Museu do Eclipse é o novo ícone do município. Com ele, será transmitida às novas gerações a importância do acontecimento de 29 de maio de 1919. Assim, o interesse pela Astronomia é naturalmente despertado. Tanto na população local, como nos visitantes. É um novo atrativo que incrementará o turismo na cidade mais importante da Região Norte do Estado.
Paço Municipal
A partir de 1979, a Prefeitura de Sobral passou a funcionar em novo prédio, no Bairro do Junco. Antes, funcionava no edifício da atual Câmara de Vereadores, na Praça da Matriz.
Denominado Palácio Municipal de Sobral, foi construído na gestão do Prefeito Dr. José Euclides Ferreira Gomes Júnior, com recursos municipais.
Em estilo moderno, com projeto do arquiteto Neudson Braga, a Prefeitura foi inaugurada a 27 de outubro de 1979, assumindo a postura de uma das mais belas obras arquitetônicas do Estado. A suntuosidade do prédio demonstrava o bom gosto do prefeito Dr. José Euclides Ferreira Gomes, que objetivava dar ao Poder Executivo Municipal uma sede digna da mais importante cidade da região e que viesse a servir de referencial para os grandes centros do Estado, como desafio ao próprio modernismo.
Atualmente em reforma, o prédio da Prefeitura de Sobral, será, dentro em breve a mais moderna confortável obra arquitetônica desta cidade, reassumindo a postura de Prefeitura mais bonita do Ceará, mercê da visão futurista do prefeito Cid Gomes, que assim como seu pai José Euclides o fez há quase 20 anos, dá para o povo sobralense um novo motivo de orgulho.
Prefeitos de Sobral - Período Republicano
Dr. Vicente César Ferreira Gomes
Cel. José Ferreira Gomes
Rosendo Augusto de Siqueira
Dr. Alfredo Marinho de Andrade
Cel. José Ignácio Alves Parente
Cel. Frederico Gomes Parente
Cel. José Cândido Gomes Parente
Francisco Porfírio da Ponte
Cel. Frederico Gomes Parente
Dr. José Jácome de Oliveira
Henrique Rodrigues de Albuquerque
Antonio Mendes Carneiro
Ernesto Marinho de Albuquerque
Dr. José Jácome de Oliveira
Monsenhor Fortunato Alves Linhares
Arthur da silveira Borges
Ten. Floriano Machado
Dr. Paulo de Almeida Sanford
Alpheu Ribeiro Aboim
Dr. Leocadio de Araújo Costa
Ataliba Daltro Barreto
Vicente Antenor Ferreira Gomes
Dr. João de Alencar Mello
Dr. Arnaud Ferreira Baltar
Randal Pompeu de Saboya Magalhães
Dr. João de Alencar Mello
Dr. José Gerardo Frota Parente
Ataliba Daltro Barreto
Dr. Jacynto Antunes Pereira da Silva
Antônio Frota Cavalcante
Dr. Paulo de Almeida Sanford
Padre José Palhano de Sabóia
Cesário Barreto Lima
Jerônimo Medeiros Prado
Joaquim Barreto Lima
José Parente Prado
José Euclides Ferreira Gomes Júnior
Joaquim Barreto Lima
José Parente Prado
Ricardo Barreto Dias
Aldenor Façanha Júnior
Cid Ferreira Gomes
José Leônidas de Menezes Cristino |
1890
1892
1892/1902
1902/1904
1904/1908
1908/1912
1912/1914
1914
1914/1916
1916/1920
1920/1923
1923
1924/1928
1928/1930
1928/1930
1930/1932
1932
1932
1933
1934/1935
1935
1935/1944
1944/1945
1945
1945/1946
1946
1947
1947/1948
1948/1951
1951/1955
1955/1959
1959/1963
1963/1967
1967/1971
1971/1973
1973/1977
1977/1983
1983/1988
1989/1993
1993/1994
1994/1996
1997/2004
2005
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Palácio de Ciências e Línguas Estrangeiras
Teatro São João
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Construir um grande teatro em Sobral foi uma determinação da Sociedade Cultural União Sobralense, criada em 1875, com a finalidade de promover o desenvolvimento cultural da Cidade. Era assim constituída: Dr. Domingos Olímpio, Dr. Antonio Joaquim Rodrigues Júnior, Dr. José Júlio de Albuquerque Barros (Barão de Sobral), Dr. João Adolfo Ribeiro da Silva.
Em maio de 1875, a União Sobralense solicitou à Câmara Municipal de Sobral licença para a construção do Teatro São João, com planta de João José da Veiga Braga, seguindo o estilo do teatro tradicional com dois níveis superiores de camarotes, piso em madeira e cadeiras revestidas em couro, matéria-prima característica da região.
A construção iria trazer benefícios culturais à sociedade e promover meios de trabalho aos flagelados da seca que chegavam a Sobral em busca de apoio.
O Teatro São João, de inspiração italiana em estilo neoclássico, é um dos raros exemplos brasileiros do período que apresentam na fachada um frontão em arco, o que não ocorre com o Teatro Santa Isabel, do Recife, considerado por muitos como o modelo inspirador do projeto do teatro de Sobral. Outros pontos diferenciam o teatro sobralense do pernambucano: o primeiro possui um pavimento a menos enele não constam as "torrinhas" ou gerais, apresentadas pelo segundo.
Juntamente com o Teatro José de Alencar, em Fortaleza, e com o Teatro da Ribeira dos Icós, o Teatro São João forma a tríade dos teatros-monumentos existentes no Ceará.
No dia 03 de novembro de 1875, foi lançada a pedra fundamental do Teatro São João, antecipando-se em 25 anos à fundação do Teatro José de Alencar, em Fortaleza.
Em razão das dificuldades decorrentes da seca de 1877-1879, as obras prosseguiram lentamente, tendo sido o Teatro São João inaugurado a 26 de setembro de 1880, com a comédia-drama A Honra de um taverneiro, de Correia Vasquez em três atos, seguida da comédia Meia hora de cinismo de José Joaquim da França Júnior, ambas apresentadas por artistas amadores sobralense.
No final da década de 1920, quando a apresentação de peças teatrais em Sobral estava em declínio, o Teatro São João passou a exibir sessões de cinemas - como o Cine Teatro São João, que ficou em atividade até a década de 60.
Depois de vários períodos em atividades descontínuas, o Teatro São João foi recuperado por ocasião das comemorações do bicentenário da Cidade, em 1973, estando hoje com regular funcionamento.
Não há registros históricos sobre a escolha da denominação Teatro São João. Podem ser levantadas duas hipósteses:
1 - homenagem ao seu projetista, João José da Veiga Braga, primo de Domingos Olímpio, ilustre membro da União Sobralense a quem desejariam agradar;
2 - o projeto arquitetônico do Teatro foi inspirado no Teatro Santa Isabel, do Recife. O nome São João poderia ser uma analogia aos nomes bíblicos, João filho de Santa Isabel.
Localizado na Praça São João, hoje Dr. Antônio Ibiapina, o Teatro foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado, através do Decreto nº 16237, de 30/11/1983.
A Praça do Teatro São João é um dos mais importantes espaços culturais de Sobral, por abrigar o Teatro, o Museu Dom José, a Igreja Menino Deus e a Casa da Cultura, no Casarão da família Paula Pessoa Figueiredo.
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